Estava na Líbia já faziam um tempo, achava que estava de bom tamanho e precisava voltar ao brasil para acertar a minha vida, fiz o que havia planejado e vi que era hora de voltar mas antes de tudo precisava renovar o meu passaporte, consulado libanês não existe em Benghazi, o que há é um escritório libanês de intercambio cultural financiado pelo Kaddafi.... Obvio que se o Kadaffi queria semear o livro verde dele nos países árabes ele deveria dar de comer para aquele povo, não é? Era claro que o Líbano aceitara a proposta do Líbio, pois afinal. . . . . Grana é bom e dane se o resto.
Cheguei perante aquele escritório decadente e fedendo.
Um senhor que trabalha naquele escritório veio sorridente até mim e perguntou com o sotaque libanês mais afrancesado, se podia me ajudar, tentando ser elegante naquele “bled” (paíseco), cai entre nós, charme não combinava muito. . . . . . . Foi “francesamente” informado que teria que ir até a Capital e renovar meu passaporte ou no consulado libanês ou Sírio, não entendi muito como a porcaria da Síria podia renovar meu passaporte, liguei o foda se e fui para Tripoli, chegando lá, me impressionei mesmo, que cidade e que lugar lindo, para uma pessoa que mora em Benghazi, Tripoli era a Nova York mas foi só andar 200 metros e rever Mike, Mazzuzzo, addiddess que vc se lembra muito bem de onde você se encontra. Cheguei no hotel, embora tendo feito reserva, sabia que ia dar errado e que poderia no final do dia estar a dormir na rua, os recepcionistas sem nenhuma elegância disseram as palavras que mais ouvia lá “MA FICH” - não tem- bom já que sabia que não havia nada a se fazer comecei a gritar com ele, deixei clario que jurava por Allah que ia quebrar aquela espelunca. E depois veio a segunda resposta mais óbvia “ BAHI” - beleza. Subi ao quarto, sem elevador diga se de passagem, primeira coisa que vejo frente a minha cama é um espelho enorme de parde a parede, claro que há muita segregação lá, estava no andar dos estrangeiros, a parte de estrangeiros, pensei "safadinhos, cambada de voyeurs,"era claro que era um espelho com fundo falso, era claro que os soldados assistiriam a qualquer coisa, aliás o homosexualismo e o bestialismo são as coisa mais praticadas por lá, aliás, meus amigos muçulmanos que me perdoem mas cinco da tarde quando os mais velhos rezavam, os moleques desapareciam, uma mula urrava e os adolescentes riam e os velhos fingiam que nada sabiam, moleques cresciam, soldados se tornariam e por trás dos espelhos espiariam.
A minha sorte era que havia um amigo meu, Rotman, a família Roitman da libia, kakakakakakwkaka, mas claro que o Haj- senhor era calvo de coração enorme, me recebeu, junto á família dele, claro que em salas separadas, senti me melhor em Tripoli sim, via pessoas tentando ser mais civilizados. Passaporte renovado no consulado libanês, um forte abraço no velho Haj,e vamos voltar para Benghazi. Encerrar o trabalho e desaparecer. Na
Líbia existem apenas 3 aviões, um voo diario saia de Tripoli para Benghazi e no dia seguinte o mesmo voltaria para Tripoli. Etc.... e os outros 2 aviões eram canibalizados para colocar as peças neste que ainda voava. Sentado naquela carcaça voadora, onde nem há cinto do assento, aquelas cortinas feitas de papel, pedaços de bolo se acumulavam no corredor, penso na vida, divorcio e papelada, novo amor a vista talvez? Saudades dos meus cds type o negative, sei la mil coisas me passavam pela cabeça. Ouço um “hello”, olho para o lado e vejo o khaled, um jovem medico que treinava comigo, e ele estava todo feliz que ia poder praticar o inglês dele e eu animado que iria descobrir como não me entediar durante 1 hora, é engraçado que esses jovens viajam para inglaterra com o proposito de estudar inglês e voltam sem saber falar nada. Avião voando e ele conversando, as comissarias servindo pedaços de bolo, aliás a Líbia trouxe muita coisas para o Brazil além das marcas, trouxe o serviço de bordo suuuuper econômico e o “cafe photo” (depois eu conto). Após quase 15 minutos o medico começou o papo mais serio, e me disse:
você sabe que trabalho no hospital, né? Disse ele começando a ficar nervoso.
Sim eu sei. E pensei que “lá vêm”
então, tem uma amiga minha que é enfermeira.
Sim?!
Então disse a ela que na europa havia revistas com pessoas nuas fazendo sexo.
…..
então ela não acreditou em mim
…..
e eu quero provar a ela que existe sim.
…....
você tem algum aí para me emprestar?!?!?!?!
Como assim Khaled, você acha que tenho pornografia prêt à porter?
Sem jeito ele começou a gaguejar mais ainda e jurava que não era para ele, que não precisa se chatear, mas eu estava, a ideia fixa deles que europeu ou estrangeiro é pornografo me emputecia, enchia o saco o tempo todo as pessoas te perguntarem se você tem whiskey, cocaina, pornografia, só porque você não era de lá.
se eu arranjar para você, você se acalma Khaled? Vou ver se tenho a edição de Julho (kakakakakakakaka)
Ualahi – jura?
Passados alguns minutos, dois rapazes que estavam no avião começam a gesticular, falar alto mas eu embora entendesse o árabe, não entendia aquele idioma, perguntei para o Khaled que porra estava acontecendo e ele meio que respondeu que o rapaz não estava feliz com o serviço de bordo e eu disse que tão pouco estava eu mas nem por isso estava gritando e da lhe piloto indo gritar com os jovens e da lhe os jovens gritando com os pilotos, parece filme mas juro que aquele voo era esquisito, imaginem o piloto e passageiro berrando um com o outro, as aeromoças gritando também, até que um dos rapazes abriu a camisa. . . . . Uau, nunca havia visto tanto dinamite junto, tudo certinho e organizado, por trás dos ray bans que eles usavam dava para ver que eles tinham comprado a cocaina em Malta a segunda coisa que fiz foi olhar pela janela e vi que era alto demais para sobreviver á queda. O mais chapado dos dois começou a falar de forma que entendessem todos, inclusive eu, exceto um chinês estava tentando entender como aqueles explosivos estavam montados. O piloto mais calmo perguntou “Shn tbi” (o que vc quer? ) . Ele tinha um simples pedido: o avião ir para Argélia, pensei eu, pronto, eu sou cristão e estou fu. . o e . . , lemberem se que na Argelia há guerra civil de muçulmano matando outro, imaginem eu. Continuava olhando pela janela, cair dessa altura? A sensação era o pior possível, imagine a tua vida e dos outros dependendo de uma pessoa apenas, imaginem vcs sem opção, sob a mira de um revolver e se lembrar, como alguém pode decidir a tua vida?
Parei um pouco e decidi que já que não havia nada a fazer, já que a única opção que tinha era essa decidi encarra a merda de frente. Vi o avião dando meia volta e voltando sentido Tripoli e entendi que os caras são sérios em relação à exigência.
Dez minutos depois veio o piloto e começou a falar com os noiados, e disse com todas as palavras que se ele queria estourar a coisa era para estourar agora pois não havia combustível que bastasse para chegar a Argelia e que de qualquer forma todos morreriam. O drogado respondeu que não sabia o que fazer, olhou para o colega dele e perguntou o que fazer, ficou aquele vai e vem, diz que não diz, e o verdito foi: voltar para Tripoli, abastecer lá e ir para Argelia. Dito e feito o voo estava indo para Tripoli, dois minutos se passaram quando o piloto voltou e disse xingando que o aeroporto de Tripoli estava fechado e estava tudo apagado e que agora não tem nem como ir ali nem aqui e que estava tentando pedir ao pessoal para religarem as luzes pois afinal era 9 horas da noite. Ele estava tão quieto até que um velho gritou, “estoura essa merda senão vai ser tudo em vão pois se cairmos por falta de combustível vai ser no minimo patético”
Boas novas, o aeroporto tinha sido ligado e íamos aterrissar quando vi que estavamos a 3000 metros de altura me senti lutando contra relógio e distancia. Nunca pensei que fosse rachar o bico e quase ter um treco até que alguém gritou “LESH TDIR HADA” - porque você está fazendo isso? E ele começou a conclamar que estava fazendo isso porque......detestava os estados unidos kakakakakakakakkakakaka,. Quer dizer ia matar mais de 100 pessoas porque odeia os estados unidos e ama o Kaddafi? Poupe me!!!
o avião aterrissou e as portas de trás se abriram e todos desceram correndo, eu quis ficar até o fim para ver o que ia acontecer, queria entender quais seriam os motivos desse imbecil fazer isso, mas um KGB Líbio me pediu para sair do avião, peguei a minha mochila e desci, ouvi o noiado gritar, ouvi três tiros ouvi o outro berrando e ouvi ele correndo, ouvi ele descendo pela escada lateral de onde a policia havia entrado e ouvi uma metralhadora.
O pior estava para vir, 9 da noite, aquele aeroporto deserto sem ninguém dentro, pois todos foram embora, inclusive o chinês e quem sobra? Eu? Sair do aeroporto? Impossível, a cambada de filhos da puta fechou o aeroporto em cima de mim. Cortaram os telefones e chegaram querendo me interrogar, mostrei o passaporte e queriam encher o saco, puto da vida respondi que não ia aceitar palhaçada em cima de mim e que o cacete se eles achavam que iria aguentar interrogatório, informei que falaria somente em inglês que naquela merda de língua não falaria, deixei claro que se queriam interrogar, para avisar as pessoas da família e aí estavam os telefones, eles me responderam que iam fazer isso, mas para variar eles tinham cortado as próprias linhas telefônicas e interrogar estava duro pois aquela cambada que vai pra Ingalaterra todo ano para aprender defesa pessoal ás custas do Kadhaffi não sabia falar inglês. Ficamos num impasse, e perguntei “BEHI”- bem? E eles, BEHI, já que não havia começado a babar o ovo do kaddafi, então devia nada a ninguém, me deram as minhas malas e foi informado que o avião decolaria daqui a 2 horas se eu queria esperar ou ir para Tripoli, na verdade queria ir, mas eu sei que ou não acharia hotel ou me seguiriam até a casa do Rotman e depois poderiam querer encher o saco. Decido esperar, peguei o voo quase vazio, 3 soldados e 3 tripulantes uma família, cheguei em Benghazi ás 2 da manhã. Cansado e puto o policial me parou no aeroporto para interrogar e saber o que estava fazendo lá a essa hora, e respondi de zoeira que estava a serviço do ladain (estatal daquela terra), muito embaraçado ele me deixou passar.
domingo, 27 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
a Libia
A líbia
A minha opinião sobre A libia se baseia na minha realidade e fatos que vivi e evidenciei quando morei lá como criança e adulto.
Hoje em dia as nações civilizadas dizem que o que acontece na Libia é um levante onde a democracia está se fazendo valer, claro que sim, está se fazendo valer, mas quem entende de politica não está tão animado pois a tomada de poder pode sim trazer consequências sérias ao processo de paz na Africa do norte.
O khadaffi, quando tomou o poder na Libia, era um rapaz jovem com certos ideiais, ele queria mudar o seu país e trazer a inovação e responsabilidade, o Libío em si era um povo reprimido e embora tivesse uma terra fértil, não sabia gozar das vantagens que tinha, não que o rei que estava lá na época fosse ruim, mas lembramos que pouco tempo havia que a segunda guerra havia acabado. O rei Idris morreu no exilio longe da sua terra, lembro me do meu amigo Mahmoud, bisneto do rei, o bairro precario onde ele morava, uma castelo no meio do lixo, pois o Kadhaffi havia acabado com o moral dos familiares do rei Idris, humiliava literalmente a família, só não fazia pior pois ele perderia a imagem de “lider” que perdoa, mas lembro me do Talal, primo do Mahmoud que era piloto do exercito libio e do dia que ele voou com o caça dele quase encostando no mar para não ser detectado pelos radares e ser encontrado mais tarde na Inglaterra. Lembro me da época do “carvão em brasas” quando o dólar americano, moeda do país mais odiado era o mais valioso na líbia, quando o ONU sancionou a Líbia, não podia mais haver voos, faltava de tudo, de desodorante até calcinha, a nossa sorte era que na Líbia, eu estudava em uma escola Francesa, os nossos professores eram jovens que havia se recusado a fazer o serviço militar na França, então eram obrigados a prestar serviços à França em outros países, eram muito jovens, em torno de 22 anos e na verdade supervisionavam as aulas, estudávamos por correspondência, isto é sistema de ensino universal Brasileiro, nem correio tínhamos na Libia, tudo era trazido por alguma alma caridosa que estava na França e trazia consigo esse material. Devido ao fato que a França fazia parte da ONU, os professores na Líbia tinham um prazo definido para sair do país. Sabíamos que as nossas aulas não durariam para sempre, meu pai, pelo fato de ser libanês, ganhava pouco e não poderia nunca fazer algo, pois o Líbano estava em guerra, mas vamos deixar isso para outra ocasião. Invejavamos as pessoas que trabalhavam para OCRIM, pois eram europeus e não podiam ser questionados, havia toda um Infraestrutura para eles, telefones com escutas? Sim mas havia telefone ao menos, carro com placa de empresa? O que dava uma garantia à vida deles, afinal, todos estavam lá para fazer a máquina girar. Libanês, Sirio, palestino, árabes eram os animais prontos a serem estuprados se fosse necessário pois países que outrora foram grandes nações, agora são países que nada podiam oferecer a não ser submissão. O fato de você dizer que era do Líbano trazia conversas de como as libanesas são imprestáveis.
Lembro me de muitas coisas sobre a Líbia, me lembro que a Líbia nem sempre esteve na miséria na época do Kadhaffi, me lembro muito bem dos sacos de lixo na rua que a matilha rasgava e quilos e pedaços de carne caíam para fora, não havia senso de economia, me lembro das máquinas de lavar roupas jogadas nas ruas pois não valia a pena consertar. Carros abandonados na oficina, e detalhe, apenas BMW, Mercedes, Honda era carro para estudantes. Tudo isso era a Libia que vivia na prosperidade até o caso de Lockerbie, me lembro do povo Libio viajando para Italia como quem vai para passar férias na casa da sogra no interior, aviões lotados saiam do aeroporto de Tripoli rumo à Itália e Inglaterra, o sonho de transar com uma europeia e ejacular na cruz.
O Libio em si é um povo “preguiçoso” o Libio nunca gostou de trabalhar, a tal ponto que DAEWOO fez um belo pé-de-meia naquela região limpando ruas e asfaltado avenidas. O libio em si nunca gostou de colocar a mão na massa, os petro dolares estavam cuidando muito bem deles. Em 1985 Libia começou a fazer os tais de “Maraad”- exposições, kaddhafi estava lá para inaugurar, feliz da vida, afinal ele iria ver os produtos “Made in Libya” pois torrava barris de dólares para incentivar a industria, ao chegar lá ouvia os empresarios dizerem que tal coisa é comercializada na Libia e outra coisa era comercializada alí etc e a pergunta do Khaddafi foi “vcs não fabricam nada aqui não” lembro me da cara de vergonha dos Libios depois dessa pergunta. As estatais, centenas são desmanteladas pelos próprios diretores, peças são vendidas para fábricas privadas, Anualmente a Libia compra toneladas de materia prima para repassar à industria nacional e esses materiais são vendidos ao Egito por contrabando e assim não se criava empregos, a única coisa que se criava era desemprego, afinal, na fábrica da família, ninguém queria trabalhar, todos queriam ser diretores, isso para os velhos, se fosse um adolecente, ele tinha a responsabilidade de gritar com os negros e egípcios que vinham de seus países para aprender a profissão, são constantemente humilhados e insultados, a alegria deles? TV porno no fim de semana, se juntam para pagar uma seção em uma casa onde um Libio coloca um filmizinho para divertir a molecada e cada um pagando 1 dinar (pois é, lamentavel), até me lebro que um dia estava desenhando o corpo de uma mulher nua em uma pose sensual, os empregados me imploraram para que eu lhes concedesse o desenho. Os estrangeiros tem uma vida sofrida pois muitos trabalhavam meses e alguns (20%) não recebiam seus pagamentos e se reclamassem, o patrão tinha um primo do exercito que dava um jeito de acalmar o reclamão .... e pergunto para vocês, se você visse seu povo fazendo isso com o próprio país você cuidava ainda?
Quando o Khaddafi se intitula de Líder não é a toa pois até hábitos de higiene ele tinha que ensinar, hábitos de decência ele tinha que ensinar.
Não estou vangloriando a pessoa dele pois para os estrangeiros sem empresa (leia se libanês, polonês, países literalmente f....os), ele era difícil, era intolerante com as outras religiões, especialmente os cristãos, a rua que levava para a KNISSA – igreja em árabe, tinha esgoto aberto, o cheiro de podre nos fazia entender que havíamos chegado à igreja, nossas roupas limpas carregavam o cheiro de esgoto no final da missa. Para a Igreja poder operar, a igreja tinha que retribuir de certa forma a Libia, então as freiras tinham que se sujeitar a trabalhar em hospitais onde eram vistas como prostitutas, afinal estavam lavando um homem, e para os Libios, país onde um beijo era considerado um pecado mortal, era um prato cheio, freiras de 80 anos corriam o risco de serem estupradas. A placa dos carros dos Libios são verdes pois isso deixava bem claro que numa blitz, eles nunca seriam parados, os carros consulares eram livres, mas os estrangeiros, coitados, a segregação era nítida, na cara, a placa era bicolor, amarelo e verde, isso significava claramente que você era estrangeiro, você pode ser vitima de acidente e levar a culpa por cima, se fosse mulher estrangeira dirigindo, eram sonhos eróticos que os outros motoristas tinham, afinal....., né? Queria muito ver e saber se o mundo ocidental faz isso com os árabes.
Em 1998 depois de um divorcio foi lá para visitar meus pais (época que fiz o tal desenho erotico), meu pai por incvrivel que pareça, era o única não Libio que havia conseguido se dar bem lá. Mas isso foi devido ao fato dele ter assumido muuuuuuuito bem a persoinalidade dos líbios e falar como um nativo a língua deles. Voltei com 26 anos, adulto e mais consciente das coisas, a situação não era boa depois de mais de 10 anos, as sanções continuavam mas o país estava cheio de produtos falsificados, lá conheci a marca Mike, Mazzuno, Addidess, Levyz, todas as marcas que anos mais tarde chegariam ao Brasil, produtos da turquia, india invadiam o país, agora havia de tudo de tudo um pouco e de tudo com pouco, roupas sem qualidade, remedio sem validade, medicos iraquianos sem lar, dentistas sem dentes. Era o único porto seguro naquela região, as roupas e tralhas caindo aos pedaços onde cada camisa falsificada era considerada um boa compra pois afinal bastava colocar a etiqueta de Made in Italy para arrasar. Medicos Iraquianos ganhavam um salario de 800 Dinares e se sujeitam a qualquer tipo de trabalho, medicos indianos de “renome” iam jantar nas casas dos clientes, os clientes se vangloriavam de conhecer um medico e o medico jantando com o cotovelo da camisa rasgada ou desgastada. Ao final do jantar leva se o medico para casa pois não tinha carro, pobres medicos que cuidavam de libios infectados com Aids e se falassem que a pessoa tinha Aids, pobre medico que corria o risco de levar tiro. O trafico de droga não existe lá, existe na Malta, um trafico de cocaina e de “rouge”, sedativo de cavalo, um comercio de US$ 50.000.000 ao ano para um país de 6 milhões de habitantes. Os Libios mais educados davam se ao respeito, o que chamamos de Libios urbanos, que moram na cidade de Tripoli, onde estão um pouco mais acostumados a ver mulheres.
A queda do Líder é um fato, mas a transição deveria ter sido feita de outra forma, mas como fazer isso? Como fazer se o Líder se recusa a sair do poder? A libia ficará perdida por muitos anos sem rumo e sem saber o que fazer, muitos empresários que irão para lá serão enganados pois não há um partido politico especifico, muitos dirão que são primos de fulano que está tomando o poder ou outra pessoa que viru líder regional, engolirão o dinheiro e sumiorão e nunca serão encontrados, pois afinal lembram se do que eu disse sobre o calote aos estrangeiros? Homens de negocios, a Libia não é o eldorado, não vão querer comprar nada nem vender nada, pois outro fator que lembro, eles são muito apegados ao material e para eles se apegar ao material, para uma bela parte é ganhar as coisas. A solução para o Kaddhafi seria se refugiar em outro país, não poderá ser a suiça, italia, França pois lá existem já muitos Libios refugiados e revoltados e com certeza iriam gostar de beber o sangue dele, e obrigando ele assim de morar em uma gaiola de ouro e sem contar que o caso do filho dele causou muito desconforto entre os dois países. Único país: Venezuela ou Brasil, onde o kadhaffi tem terras compradas, mas pedir asilo politico à Dilma, mulher? Não sei não.......
A minha opinião sobre A libia se baseia na minha realidade e fatos que vivi e evidenciei quando morei lá como criança e adulto.
Hoje em dia as nações civilizadas dizem que o que acontece na Libia é um levante onde a democracia está se fazendo valer, claro que sim, está se fazendo valer, mas quem entende de politica não está tão animado pois a tomada de poder pode sim trazer consequências sérias ao processo de paz na Africa do norte.
O khadaffi, quando tomou o poder na Libia, era um rapaz jovem com certos ideiais, ele queria mudar o seu país e trazer a inovação e responsabilidade, o Libío em si era um povo reprimido e embora tivesse uma terra fértil, não sabia gozar das vantagens que tinha, não que o rei que estava lá na época fosse ruim, mas lembramos que pouco tempo havia que a segunda guerra havia acabado. O rei Idris morreu no exilio longe da sua terra, lembro me do meu amigo Mahmoud, bisneto do rei, o bairro precario onde ele morava, uma castelo no meio do lixo, pois o Kadhaffi havia acabado com o moral dos familiares do rei Idris, humiliava literalmente a família, só não fazia pior pois ele perderia a imagem de “lider” que perdoa, mas lembro me do Talal, primo do Mahmoud que era piloto do exercito libio e do dia que ele voou com o caça dele quase encostando no mar para não ser detectado pelos radares e ser encontrado mais tarde na Inglaterra. Lembro me da época do “carvão em brasas” quando o dólar americano, moeda do país mais odiado era o mais valioso na líbia, quando o ONU sancionou a Líbia, não podia mais haver voos, faltava de tudo, de desodorante até calcinha, a nossa sorte era que na Líbia, eu estudava em uma escola Francesa, os nossos professores eram jovens que havia se recusado a fazer o serviço militar na França, então eram obrigados a prestar serviços à França em outros países, eram muito jovens, em torno de 22 anos e na verdade supervisionavam as aulas, estudávamos por correspondência, isto é sistema de ensino universal Brasileiro, nem correio tínhamos na Libia, tudo era trazido por alguma alma caridosa que estava na França e trazia consigo esse material. Devido ao fato que a França fazia parte da ONU, os professores na Líbia tinham um prazo definido para sair do país. Sabíamos que as nossas aulas não durariam para sempre, meu pai, pelo fato de ser libanês, ganhava pouco e não poderia nunca fazer algo, pois o Líbano estava em guerra, mas vamos deixar isso para outra ocasião. Invejavamos as pessoas que trabalhavam para OCRIM, pois eram europeus e não podiam ser questionados, havia toda um Infraestrutura para eles, telefones com escutas? Sim mas havia telefone ao menos, carro com placa de empresa? O que dava uma garantia à vida deles, afinal, todos estavam lá para fazer a máquina girar. Libanês, Sirio, palestino, árabes eram os animais prontos a serem estuprados se fosse necessário pois países que outrora foram grandes nações, agora são países que nada podiam oferecer a não ser submissão. O fato de você dizer que era do Líbano trazia conversas de como as libanesas são imprestáveis.
Lembro me de muitas coisas sobre a Líbia, me lembro que a Líbia nem sempre esteve na miséria na época do Kadhaffi, me lembro muito bem dos sacos de lixo na rua que a matilha rasgava e quilos e pedaços de carne caíam para fora, não havia senso de economia, me lembro das máquinas de lavar roupas jogadas nas ruas pois não valia a pena consertar. Carros abandonados na oficina, e detalhe, apenas BMW, Mercedes, Honda era carro para estudantes. Tudo isso era a Libia que vivia na prosperidade até o caso de Lockerbie, me lembro do povo Libio viajando para Italia como quem vai para passar férias na casa da sogra no interior, aviões lotados saiam do aeroporto de Tripoli rumo à Itália e Inglaterra, o sonho de transar com uma europeia e ejacular na cruz.
O Libio em si é um povo “preguiçoso” o Libio nunca gostou de trabalhar, a tal ponto que DAEWOO fez um belo pé-de-meia naquela região limpando ruas e asfaltado avenidas. O libio em si nunca gostou de colocar a mão na massa, os petro dolares estavam cuidando muito bem deles. Em 1985 Libia começou a fazer os tais de “Maraad”- exposições, kaddhafi estava lá para inaugurar, feliz da vida, afinal ele iria ver os produtos “Made in Libya” pois torrava barris de dólares para incentivar a industria, ao chegar lá ouvia os empresarios dizerem que tal coisa é comercializada na Libia e outra coisa era comercializada alí etc e a pergunta do Khaddafi foi “vcs não fabricam nada aqui não” lembro me da cara de vergonha dos Libios depois dessa pergunta. As estatais, centenas são desmanteladas pelos próprios diretores, peças são vendidas para fábricas privadas, Anualmente a Libia compra toneladas de materia prima para repassar à industria nacional e esses materiais são vendidos ao Egito por contrabando e assim não se criava empregos, a única coisa que se criava era desemprego, afinal, na fábrica da família, ninguém queria trabalhar, todos queriam ser diretores, isso para os velhos, se fosse um adolecente, ele tinha a responsabilidade de gritar com os negros e egípcios que vinham de seus países para aprender a profissão, são constantemente humilhados e insultados, a alegria deles? TV porno no fim de semana, se juntam para pagar uma seção em uma casa onde um Libio coloca um filmizinho para divertir a molecada e cada um pagando 1 dinar (pois é, lamentavel), até me lebro que um dia estava desenhando o corpo de uma mulher nua em uma pose sensual, os empregados me imploraram para que eu lhes concedesse o desenho. Os estrangeiros tem uma vida sofrida pois muitos trabalhavam meses e alguns (20%) não recebiam seus pagamentos e se reclamassem, o patrão tinha um primo do exercito que dava um jeito de acalmar o reclamão .... e pergunto para vocês, se você visse seu povo fazendo isso com o próprio país você cuidava ainda?
Quando o Khaddafi se intitula de Líder não é a toa pois até hábitos de higiene ele tinha que ensinar, hábitos de decência ele tinha que ensinar.
Não estou vangloriando a pessoa dele pois para os estrangeiros sem empresa (leia se libanês, polonês, países literalmente f....os), ele era difícil, era intolerante com as outras religiões, especialmente os cristãos, a rua que levava para a KNISSA – igreja em árabe, tinha esgoto aberto, o cheiro de podre nos fazia entender que havíamos chegado à igreja, nossas roupas limpas carregavam o cheiro de esgoto no final da missa. Para a Igreja poder operar, a igreja tinha que retribuir de certa forma a Libia, então as freiras tinham que se sujeitar a trabalhar em hospitais onde eram vistas como prostitutas, afinal estavam lavando um homem, e para os Libios, país onde um beijo era considerado um pecado mortal, era um prato cheio, freiras de 80 anos corriam o risco de serem estupradas. A placa dos carros dos Libios são verdes pois isso deixava bem claro que numa blitz, eles nunca seriam parados, os carros consulares eram livres, mas os estrangeiros, coitados, a segregação era nítida, na cara, a placa era bicolor, amarelo e verde, isso significava claramente que você era estrangeiro, você pode ser vitima de acidente e levar a culpa por cima, se fosse mulher estrangeira dirigindo, eram sonhos eróticos que os outros motoristas tinham, afinal....., né? Queria muito ver e saber se o mundo ocidental faz isso com os árabes.
Em 1998 depois de um divorcio foi lá para visitar meus pais (época que fiz o tal desenho erotico), meu pai por incvrivel que pareça, era o única não Libio que havia conseguido se dar bem lá. Mas isso foi devido ao fato dele ter assumido muuuuuuuito bem a persoinalidade dos líbios e falar como um nativo a língua deles. Voltei com 26 anos, adulto e mais consciente das coisas, a situação não era boa depois de mais de 10 anos, as sanções continuavam mas o país estava cheio de produtos falsificados, lá conheci a marca Mike, Mazzuno, Addidess, Levyz, todas as marcas que anos mais tarde chegariam ao Brasil, produtos da turquia, india invadiam o país, agora havia de tudo de tudo um pouco e de tudo com pouco, roupas sem qualidade, remedio sem validade, medicos iraquianos sem lar, dentistas sem dentes. Era o único porto seguro naquela região, as roupas e tralhas caindo aos pedaços onde cada camisa falsificada era considerada um boa compra pois afinal bastava colocar a etiqueta de Made in Italy para arrasar. Medicos Iraquianos ganhavam um salario de 800 Dinares e se sujeitam a qualquer tipo de trabalho, medicos indianos de “renome” iam jantar nas casas dos clientes, os clientes se vangloriavam de conhecer um medico e o medico jantando com o cotovelo da camisa rasgada ou desgastada. Ao final do jantar leva se o medico para casa pois não tinha carro, pobres medicos que cuidavam de libios infectados com Aids e se falassem que a pessoa tinha Aids, pobre medico que corria o risco de levar tiro. O trafico de droga não existe lá, existe na Malta, um trafico de cocaina e de “rouge”, sedativo de cavalo, um comercio de US$ 50.000.000 ao ano para um país de 6 milhões de habitantes. Os Libios mais educados davam se ao respeito, o que chamamos de Libios urbanos, que moram na cidade de Tripoli, onde estão um pouco mais acostumados a ver mulheres.
A queda do Líder é um fato, mas a transição deveria ter sido feita de outra forma, mas como fazer isso? Como fazer se o Líder se recusa a sair do poder? A libia ficará perdida por muitos anos sem rumo e sem saber o que fazer, muitos empresários que irão para lá serão enganados pois não há um partido politico especifico, muitos dirão que são primos de fulano que está tomando o poder ou outra pessoa que viru líder regional, engolirão o dinheiro e sumiorão e nunca serão encontrados, pois afinal lembram se do que eu disse sobre o calote aos estrangeiros? Homens de negocios, a Libia não é o eldorado, não vão querer comprar nada nem vender nada, pois outro fator que lembro, eles são muito apegados ao material e para eles se apegar ao material, para uma bela parte é ganhar as coisas. A solução para o Kaddhafi seria se refugiar em outro país, não poderá ser a suiça, italia, França pois lá existem já muitos Libios refugiados e revoltados e com certeza iriam gostar de beber o sangue dele, e obrigando ele assim de morar em uma gaiola de ouro e sem contar que o caso do filho dele causou muito desconforto entre os dois países. Único país: Venezuela ou Brasil, onde o kadhaffi tem terras compradas, mas pedir asilo politico à Dilma, mulher? Não sei não.......
quinta-feira, 2 de julho de 2009
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